País que mais recebe estudantes-atletas estrangeiros no mundo, os Estados Unidos oferecem cerca de 180 mil bolsas de estudo por ano via modalidades esportivas. Mas, por conta da pandemia de Covid-19, o sonho de estudantes brasileiros que se preparavam para ingressar no colégio ou em universidades americanas em 2020, precisou ser adiado, seguindo as normas da National Collegiate Athletic Association (NCAA, na sigla em inglês), associação da liga universitária americana que implementou um período de recrutamento inativo até abril de 2021.
“Por quase um ano, treinadores universitários não puderam ter contato cara a cara com estudantes-atletas a fim de avaliá-los e recrutá-los”, conta o treinador de futebol Teo Jubé, da ID Sports, no Rio de Janeiro. Em quatro anos, a empresa especializada em intercâmbio esportivo e acadêmico, conseguiu mais de 60 bolsas para estudantes do Brasil e atualmente prepara cerca de 80 jogadores de futebol, nas categorias feminina e masculina, interessados em adquirir bolsas em instituições americanas.
“Estamos confiantes que esse período de recesso não vai interferir no futuro dos nossos candidatos”, diz Teo, que se formou em Business Management nos Estados Unidos através de uma bolsa-atleta da Luther College, em Iowa. Depois de jogar futebol na liga universitária americana por três anos, ele agora ensina candidatos do Brasil a preencher os requisitos necessários para ingressar nas melhores faculdades americanas através do esporte. “O plano é embarcar para os Estados Unidos em agosto, levando os melhores atletas para a pré-temporada do futebol universitário americano”, conta.
De acordo com o último relatório Open Doors do Instituto Internacional de Educação, divulgado em 2019, o Brasil ocupa o nono lugar no ranking dos países com o maior número de alunos estrangeiros cursando ensino superior nos Estados Unidos. Na última década, aumentou em 79,3% a quantidade de brasileiros inscritos em universidades americanas, 8,35% com bolsa-atleta nas Divisões 1 e 2 da NCAA.
Existe também a possibilidade de aplicar para a Divisão 3, em universidades que não oferecem bolsa-atleta mas admitem estudantes internacionais. “Essas faculdades têm alto nível acadêmico e uma estrutura esportiva bem organizada. Dessa forma, o candidato conta com a oportunidade de jogar em campeonatos universitários, mas a bolsa fica aliada ao desempenho escolar desse aluno”, explica o treinador carioca.
O valor da bolsa varia e depende da performance do candidato em áreas que vão do esporte ao domínio da língua inglesa, e pode incluir mensalidade escolar, moradia, alimentação e seguro saúde.
Entre os brasileiros, as modalidades com maior número de atletas bolsistas são natação, tênis e, principalmente, futebol. “Com a boa reputação que o Brasil carrega no futebol, nossos jogadores estão sempre no radar dos recrutadores”, afirma. “Estamos otimistas que mais brasileiros vão conseguir bolsas nesta temporada”, diz Teo.